Influencers do “Us Cria do Barreiro” sofrem racismo na rua e em comentários nos vídeos
“Só da gente ter essa pele preta a gente sofre viu. Eu sei que o preconceito existe, sempre vai tá aí, mas tem coisa que chateia a gente demais”, foi com essa frase que Gutão, um dos influencers que faz parte do “Us Cria do Barreiro” abriu um storie nesta quinta-feira (6 de junho). Ele contou dois episódios de racismo que sofreu, em um deles teve uma arma apontada para ele.
Ainda nesta quinta-feira, outro influencer do “Us Cria do Barreiro”, o Jeffim, postou alguns comentários racistas que recebeu em um vídeo que postou. Em um deles, uma pessoa diz: “olha a cor, não generalizando claro”. Outro escreveu: “desvalorização da raça negra, esses imbecis almofadinhas”.
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“Hoje aconteceu a situação de eu ir no MC Donald’s perguntar que horas que ele ia abrir, o cara que tava lá me passou informação e vazou. Ele estava lá esperando o MC Donald’s abrir e como eu sentei do lado dele, ele ficou com medo e foi embora”, contou Gutão.
Em uma situação ainda mais assustadora, o influencer teve a arma apontada para o rosto. “Estava indo ao sacolão e um cara dentro do estacionamento sacou o revólver e ficou olhando para a minha cara. Eu segui para o sacolão, mas minha vontade era perguntar por que ele tava olhando para mim e tirando o revólver, mas eu não sou bobo de dialogar com alguém que está com revólver e olhando para mim. Eu entrei no sacolão, não tinha o que eu queria comprar, mas meu pensamento foi: se eu saio daqui sem comprar nada e esse cara cisma comigo? Comprei um pedação de melancia para os meus meninos, paguei caro, só porque minha mente ficou fritando”, relatou.
Gutão contou que passa por racismo desde a adolescência e que hoje sofre menos com essas situações, mas que no sacolão ficou bem assustado por ter sentido que correu risco de vida com uma arma apontada para ele. “Será que se fosse uma pessoa de pele mais clara teria acontecido a mesma coisa?”, questiona.
Jeffim contou que ele e os meninos dos Us Cria do Barreiro já passaram por várias situações de racismo. “A gente foi fazer um evento no Buritis e as pessoas ficavam olhando pra gente. Chegavam e perguntavam se éramos um grupo de pagode. A gente vê que até nisso tem um pouco de preconceito. Se eles são pretos e famosos devem ser do pagode ou jogador de futebol.
“Nós trabalhamos com humor, então nosso intuito é sempre fazer o outro rir. A gente recebe às vezes comentários que a pessoa não estava bem e o nosso vídeo ajudou ela a rir, que a gente ajudou na depressão. Nosso intuito é ajudar as pessoas e fazer nosso corre sem prejudicar ninguém”, conclui Jeffim.
Lembrando que racismo é crime previsto por lei.